“This machine is a server. DO NOT POWER IT DOWN!!” – Tim Berners Lee 1990
Em 1990, foi criada a internet numa versão muito simples. Abria-se um motor de pesquisa, escrevia-se o nome do site e dávamos enter. Uma vez o site carregado no ecrã podíamos navegar à vontade.
A internet não era controlada por ninguém. Existia um protocolo standard, global e aberto: HTTP. A única permissa era acesso a uma ligação de rede e era possível aceder a páginas para ler, pesquisar, e fazer compras.
Esta versão durou até 2004, altura em que surgiu o Facebook e a revolução das redes sociais, ou melhor dizendo, a Web 2.
Com a Web 2 as pessoas passaram a ser ao mesmo tempo consumidores e criadores, isto sem que fossem necessárias quaisquer capacidades de codificação. Qualquer pessoa pode criar publicações, fazer upload de imagens e vídeos, partilhar conteúdos e conectar-se com outras pessoas.
Web 2
A Web 2 é a era em que vivemos actualmente. Se por um lado, esta nova internet alterou as nossas vidas de muitas formas positivas, por outro também criou alguns problemas.
A internet, que era gratuita e aberta passou a ser totalmente controlada por algumas empresas. Neste momento, todos nós enquanto usuários da internet, não temos controle sobre os nossos dados, onde são guardados e com quem são partilhados.
Os proprietários da plataforma reúnem os dados que lhes disponibilizamos e, por vezes, vendem-nos a outras empresas, muitas vezes sem o nosso consentimento.
Na Web 2 existe um falha de privacidade e de anonimato. Já ocorreram situações em que devido a regimes mais opressores, algumas publicações foram excluídas e sites bloqueados. Quem faz publicações cujas opiniões vão contra as “políticas” das plataformas pode ver as suas contas banidas ou até mesmo excluídas.
De forma a corrigir estes problemas a Web 3 têm vindo a ser trabalhada.
Web 3
A nova geração da internet, a Web 3, é descentralizada. Quer isto dizer, que não vai funcionar em determinados centros de dados propriedade de determinadas empresas, mas sim, em milhões de computadores por todo o mundo. Significa, igualmente, que as app desenvolvidas com o protocolo Web 3, as chamadas dapps, não podem ser encerradas por entidades ou governos e que qualquer pessoa que tenha um computador poderá participar na gestão da rede.
Enquanto que na Web 2 os usuários são o sangue que faz o coração na net funcionar mas, financeiramente nada ganham com isso, apenas dão a ganhar a algumas empresas. Na Web 3, os usuários passam a ter um papel muito mais aliciante. Não são apenas usuários e criadores, são também proprietários. Todos podem ganhar com a Web 3 e não apenas aqueles que têm dinheiro e poder de investimento.
Com a Web 3, o próprio usuário é o proprietário dos seus dados e ele que decide se vai ou não partilhá-los, sendo que até o poderá fazer em troca de algo. Quem quiser ter acesso anúncios e feeds personalizados bastará vender os seus dados a anunciantes. Terá o poder de decidir quem pode ou não ter acesso aos seus dados.
Os aplicativos da Web 3 são desenvolvidos com software de código-fonte aberto, ou seja, qualquer pessoa pode aceder ao código, lê-lo e melhorá-lo.
Em conclusão
Resumindo, a Web 3 pode trazer muitas mais valias em que todos podem sair a ganhar. No entanto, tal como em tudo na vida pode, igualmente, ter os seus riscos e desvantagens.
Uma coisa é certa é um verdadeira desafio e vamos ter de aguardar que programadores, empresários, investidores, cientistas e políticos, alguém dê os primeiros passos para que outros os possam seguir e tornar a Web 3 numa realidade.
Vocês vêm esta Web 3 com bons olhos, ou por outro lado estão um pouco céticos pelo facto de promover a democracia e dar liberdade a todos aqueles que queiram participar no seu desenvolvimento e construção?